Titular do gol mexicano nesta Copa América, Julio González, do Pumas, utiliza um material de trabalho inusitado no torneio nos Estados Unidos: a luva de sua mão esquerda tem apenas quatro espaços para dedos.
É com a luva especial, feita sob medida pela fornecedora Elite Sport, que González vai defender a meta do México no duelo contra a Venezuela, nesta quarta-feira (26), às 22h (de Brasília).
Acontece que o herdeiro da vaga do lendário Ochoa fraturou o dedo quando assumiu a vaga de titular do Pumas, no ano passado.
“Pouca gente soube na época, mas agora é público. Ele quebrou o dedo. Primeiro, acharam que era uma luxação, mas pude ver o raio-x e o osso estava separado”, disse Alejandro Reséndiz, diretor da Elite Sports, à “ESPN Deportes”.
Goleiro evitou cirurgia para seguir titular
Após a lesão, havia a sugestão de que González passasse por uma cirurgia, mas, temendo perder a posição, o goleiro decidiu seguir jogando, mesmo com dores.
A alternativa de usar as luvas personalizadas veio para que González pudesse amarrar os dedos centrais da mão esquerda e, assim, tentar amenizar o sofrimento e seguir jogando.
“Doía muito. Ele não queria parar, estava num bom momento e havia competição pela posição, então aguentou. A ideia de desenhar uma luva com quatro dedos foi para evitar o uso de hastes no dedo e para deixá-lo mais confortável”, explicou Reséndiz.
“Ele tem uma bola no dedo”
Após testar a luva em um treino, González se sentiu confortável, percebeu a diminuição nas dores e decidiu seguir usando, inclusive agora, que conquistou a posição de goleiro titular na Copa América.
Segundo Reséndiz, González tem “uma bola no dedo” por conta da fratura.
“Ele literalmente joga com os dedos amarrados. Ele fala que ainda dói, quando defende um chute, o dedo fica tremendo, por isso que amarrar os dedos surgiu como uma alternativa”, afirmou o executivo.
“É uma questão médica”
Focado na Copa América, González ainda não sabe quando (e se) vai fazer uma cirurgia de reparação. Enquanto isso, as luvas de quatro dedos seguem sendo desenvolvidas pela fornecedora.
Não há, porém, a intenção de comercializá-las. “É uma questão médica”, justificou Reséndiz.